11 de fevereiro de 2015

Passeio do Jari - Alter do Chão (PA)

No segundo dia em Alter do Chão nosso passeio era para o Canal do Jari. Tínhamos combinado para às 9h com o Guia Moisés, mas choveu durante a noite e de manhã acordou ainda com um pouco de chuva, de modo que acabamos atrasando um pouco a partida para esperar a chuva dar uma amenizada.

Para esse passeio usamos um barco desses tipo Voadeira, que são barcos de alumínio que navegam com muita rapidez e agilidade pelas águas. Esse tipo de barco é usado para diversos tipos de passeios. Todos possuem toldo para aplacar o sol e a maioria dos guias leva junto uma caixa térmica com água.

Saímos de Alter pelas 10h com o tempo ainda meio fechado mas sem chuva. O plano inicial era seguir direto para o Canal do Jari e depois almoçar na Praia da Ponta de Pedra e encerrar o dia na Ponta do Cururu. No entanto, o tempo começou e fechar e como viria mais chuva acabamos parando na Ponta de Pedra para fazer tempo. Como dessa vez a chuva veio bem intensa acabamos optando por inverter o passeio e almoçar um pouco mais cedo, ali pela Ponta de Pedra mesmo (enquanto chovia) quando o tempo melhorasse seguiríamos  para o Canal do Jari.

A Ponta de Pedra é uma comunidade pequena localizada em uma bela praia com uma Ponta com umas Pedras (como o nome já induz). A Praia possui diversos restaurantes (todos semelhantes entre si) que atendem aos turistas que chegam de barco durante os passeios ou apenas para passar o dia na Praia. A Comunidade é pequena e além dos restaurantes há uma pousada, algumas casas e só. Há estradas para chegar até lá de carro, mas os turistas geralmente chegam de barco, saindo de Alter.

Em um dos restaurantes pedimos e almoçamos um delicioso Tambaqui, um dos peixes típicos da região. Depois do almoço o tempo melhorou e seguimos para o Canal do Jari. Durante essa travessia de repente as águas ficaram turvas e barrentas. O Guia nos informou que aquela eram as águas do Rio Amazonas, que não se misturavam com as do Rio Tapajós (e cujo interessante encontro veríamos em Santarém, no último dia da viagem).

Logo adentramos nos Canal do Jari e a primeira parada foi em um local que é um verdadeiro berçário de aves! Para quem curte fazer o avistamento de pássaros esse poderá ser o ponto Alto. Fizemos uma caminhada de cerca de 1h apenas observando pássaros, árvores a e flora local. O Guia que tinha muito conhecimento ia mostrando e explicando. Vimos todo tipo de aves, coloridas, grandes, pequenas e ouvimos cantos de tantas outras que nem conseguimos ver. Infelizmente não tenho fotos das aves porque minha humilde máquina não é boa para isso.



Após esse passeio, retornamos para o barco e andamos mais um pouco pelo canal para parar em uma propriedade de um Sr. ribeirinho muito simpático que recebe os turistas, conta histórias e permite que passeiem pela sua propriedade. O Srzinho (que infelizmente esqueci o nome) é uma figura única e extremamente interessante. Uma pessoa simples e humilde que vive em sua casa e leva seu dia a dia regido pela natureza e pelos ciclos das águas do rios da região.



Caminhamos pela propriedade do Sr. que na cheia fica completamente alagada e tivemos mais uma vez a oportunidade de ver a exuberância da flora, aprendemos mais sobre plantas! Caminhamos por entre as árvores em caminhos que quando está alagado, os peixes bois passam nadando. É incrível imaginar isso! Nesse local, além de pássaros é possível ver macaquinho e também as Preguiças!
Andamos bastante olhando para as copas das árvores em busca delas até que uma hora, quando já estávamos quase desistindo o Guia nos aponta uma preguiça lá no alto, bem distante se mexendo vagarosamente entre as folhas! Não dava para ver muito, mas nos demos por satisfeitas, mas o nosso Guia não... ele sabia que poderíamos ver melhor e seguiu procurando!
Até que uma hora, olhamos para um arbusto e ali estava uma preguiça linda.
Ela olhou para mim fechou os olhos, abriu os olhos e sorriu! Me apaixonei! É o bichinho mais simpático que existe! Com esse encontro ganhamos nosso dia. Mas ainda seguimos caminhando mais um pouco e vimos mais uns macaquinhos e mais duas preguiças bem no topo das árvores, entre as folhagens. Depois encerramos essa parte do passeio e retornamos ao barco para a terceira parte e final que era o Pôr do Sol na Ponta do Cururu.



Quando estávamos saindo do Canal do Jari vimos um boto e paramos o barco para observar e logo vimos dezenas deles. Estavam por todos os lados. É muito difícil fotografar porque eles são rápidos, então não tenho nenhuma foto decente. Mas foi muito legal.

Em seguida fomos em direção à Ponta do Cururu, uma praia já mais próxima de Alter do Chão, onde é possível tomar um excelente banho de rio enquanto se observa o rotineiro e tranquillo por do sol.  O céu estava lindo e as fotos ficaram muito legais! Tomamos um banho de rio e curtimos a pela ponta de praia esperando o sol se por e depois seguimos para Alter para encerrar esse passeio.



Veja aqui mais fotos desse passeio!


Informações extras e Recomendações Gerais
para o Passeio pelo Canal do Jari

Blusa - de preferência para blusas leves e de fácil secagem, já que é normal molhar um pouco durante esses passeios em voadeiras.
Tênis - apesar de que para entrar na lancha e fazer os deslocamentos você provavelmente estará usando chinelo, nesse passeio levar um calçado fechado (tênis) é fortemente recomendável. Na parada no Canal do Jari descemos em um local para fazer observação de pássaros  e não havia trilhas. Caminhávamos em meio às plantas que iam se raspando pelas pernas (algumas espinhosas). Muitas vezes mal víamos onde estávamos pisando de modo que o uso de tênis se torna muito recomendável por uma questão de conforto e segurança.
Calça-bermuda - para esse passeio o uso de uma calça-bermuda (aquelas que a parte de baixo da calça pode ser tirada fora) é muito útil, nas duas paradas do passeio. Veja nas foto o estado que ficou o tênis e a parte de baixo da calça. Sem a proteção das pernas eu provavelmente teria me arranhado bastante!
Protetor Solar – Recomendado em todos os passeios.
Chapéu – Se ele não ficar muito firme na cabeça não use durante os deslocamentos nas voadeiras, porque ele pode voar.  Já em terra ele será sempre útil em dias de sol.
Prendedor de cabelo -  Se você tem bastante cabelo sugerimos levar um prendedor para usar durante os deslocamentos  nas voadeiras. Se você não prender o cabelo voará bastante!
Casaco de vento – É um item que pode estar sempre em sua mochila em todos os passeios. O movimento rápido das voadeiras sempre pode dar uma sensação de vento (e frio) principalmente em dias não tão quentes.
Água – se o seu guia já não estiver levando para disponibilizar
Lanche  - Caso você seja do tipo esfomeado.

Alguns valores de referência
Custo médio do Passeio ao Jari: cerca de R$350 a voadeira (que leva até 4 pessoas). Isso deve ser negociado diretamente com os barqueiros.
Custo médio do Almoço na Ponta de Pedra: cerca de R$60 o peixe para duas pessoas
Taxa: O Sr. da propriedade do Jari cobra uma taxa de R$15 por pessoa, que deve ser paga lá, em dinheiro.

Nosso Guia (deste e de todos demais passeios)
Moisés Sardinha: (93) 99175.8441
Recomendo fortemente esse guia, pela sua preocupação com os turistas, pelo seu AMPLO conhecimento de tudo da região, pela sua simpatia e descrição. Ele procura entender o perfil dos turistas para mostrar mostrar aquilo que mais vai interessar. Negociamos bons valores com ele e ficamos extramente satisfeitas com tudo!

Observação: Vale comentar que esse passeio tem essa configuração nessa época do ano, quando o Rio ainda não encheu.  Quando o Rio sobre muito do que vimos fica simplesmente debaixo d’água e pelo que nos informaram esse passeio não é realizado durante  a cheia.

4 de fevereiro de 2015

Alter do Chão (PA) - Informações


Relato da Viagem


Depois de muitas horas de viagem por fim atravessamos o país e chegamos à vila de Alter do Chão, no Pará. Esse seria o destino base para todos os passeios que faríamos nessas férias. Nessa viagem não fui só minha fiel escudeira é minha mãe, ótima companheira de viagens!

Talvez você esteja se perguntando "Mas porque diabos foram para essa Alter do Chão? Que lugar é esse? Não tinha um destino interessante mais próximo?"

Então... apenas para situar, Alter do Chão é um destino que está sendo descoberto tanto por brasileiros como por estrangeiros. É uma vila, na margem do Rio Tapajós que possui uma praia que foi considerada pelo Jornal The Guardian como "a mais bela do Brasil". E a praia é mesmo bonita, mas eu não consideraria a mais bela, mas esse título tem atraído cada vez mais turistas.

Enfim, fomos para Alter, não só pela beleza da praia, mas pelas diversas opções de passeios interessantes para serem realizados nas proximidades.

Chegamos na Pousada às 4h da manhã, por isso a primeira atividade foi: dormir! Mas logo que acordamos e abrimos a varanda da nossa pousada nos demos de cara com a convidativa paisagem!

Vista da Pousada Praias Belas

Nesse primeiro dia não tínhamos nada programado. O plano era caminhar pela Vila, fazer um reconhecimento, se informar sobre os passeios e simplesmente aproveitar a praia da Ilha do Amor.

A principal atração de Alter do Chão é sem dúvida a Ilha do Amor, bela praia que fica em frente à vila e que na verdade não é uma ilha, é apenas uma ponta de areia. É com certeza um passeio imperdível. Não tem como ir até Alter e não ir até a "ilha". E foi isso que fizemos logo de manhã.
Pegamos o barquinho (Catraia) e nos instalamos em um dos restaurantes e nos jogamos nas águas doces, limpas, quentes do Rio Tapajós.

Restaurantes à beira da Praia

Nosso almoço foi um Tucunaré assado, que deu muito bem para nós duas. Incrivelmente não sobrou muito além da cabeça e espinhas.
De tarde voltamos para Alter, visitamos uns artesanatos e acertamos com o barqueiro Moisés o passeio do dia seguinte, para o Canal do Jari.
Jantamos umas tapiocas e encerramos o dia cedo já que a noite anterior tinha sido muito mal dormida (e pouco dormida).


Confere só mais fotos desse dia!



Informações práticas para quem quer ir para Alter do Chão


Acesso: O aeroporto mais próximo fica em Santarém, a cerca de 35km. Uma corrida de táxi do aeroporto até a Alter fica de R$80 a R$100. Há ônibus de Santarém para Alter do Chão, mas eles não passam no aeroporto, então para quem chega voando a melhor opção é pegar um táxi até Alter.

Estrutura: A estrutura  da vila tem apenas o básico, restaurante, igreja farmácia, mercado, pousadas, agências e artesanatos.

Banco: Há um Terminal do Banco do Brasil que fica dentro do Mercado do Mingote (na praça), mas ele não muitas vezes fica sem dinheiro ou comunicação. Há também um Caixa 24h que fica na farmácia primavera, na rua que dá acesso à vila. O caixa 24h normalmente funciona, mas aconselhamos levar uma boa quantia em dinheiro, caso haja pane nele. Se houver a necessidade de usar um banco de verdade (não caixa eletrônico) só em Santarém mesmo.

Internet: Na praça é possível conectar no Wifi Gratuito NavegaPará que funciona relativamente bem. Na verdade a internet faz com que a praça seja um ponto de encontro das pessoas. Durante o dia ou à noite é comum ver as pessoas na praça conectadas no celular, ipad e até notebooks mesmo. O local é bastante seguro.

Quando visitar: Alter é um bom destino para qualquer ocasião do ano, porque cada ciclo gera uma vila com diferentes paisagens e possibilidades de passeios.
Quando o rio está cheio: Abril, Maio e Junho
Quando o rio está baixo: Outubro, Novembro e Dezembro
Meio termo: Janeiro, Fevereiro, Março, Julho e Agosto - Boa época para quem quer aproveitar um pouco de tudo, sem muita gente.
Sairé: Setembro - Festival local que é o pico de visitações. Muitas festas, agito e muita, muita gente invade a Vila. Exite ir durante o Sairé se você quer conhecer uma Alter mais calma.

Hospedagem: Há diversas opções de pousadas e apenas 2 hotéis em Alter. Nós ficamos na ótima Pousada Praias Belas, junto à praça e com uma bela sacada de frente para a Ilha do Amor. A localização era ótima porque ficamos sempre acompanhando o movimento dos barcos, das pessoas, com uma vista maravilhosa, mas de noite é ruim porque como está do lado da praça o barulho dos bares e restaurantes (eventualmente com música alta nos finais de semana). Mas outro ponto extremamente positivo é que como a internet fica na praça, na maior parte do tempo conseguíamos pegar internet na pousada (barbadinha!)
Quem quer mais sossego é legal buscar um local um pouco mais afastado da praça principal. Uma mais acessível e com boa localização (perto da praia, perto do centro, mas não na praça) é o Hostel Pousada Tapajós.

Alimentação: Para quem quer provar o prato típico tacacá uma opção recomendada é na praça em uma das bancas que fica embaixo da árvore. Para tapiocas, as tapiocas do Quiosque da Tapioca são ótimas, vale experimentar O Quiosque (laranja e verde) fica de frente para a Ilha do Amor, no canteiro à direita da praça. Para quem quer provar os caldos uma ótima opção é o Estação dos Caldos, subindo a rua da igreja, na primeira esquina (à direita), em frente ao artesanato. Outra pedida meio diferente é o Açaí com Tapioca, um delicioso fica subindo a rua da igreja e dobrando à esquerda na primeira quadra. É um local verde. A lanchonete que fica em frente também é boa para lanches mais genéricos.
Os restaurantes na praça são mais turísticos e todos servem muitos peixes (tucunaré, tambaqui, surubim, pirarucu) um pouco mais barato que na Ilha do Amor. O prato fica na faixa de R$50 a R$ 60 para duas pessoas (na Ilha do Amor é um pouco mais caro).
Quem busca um restaurante mais econômico para comer um peixe muito bom vá no Espaço da Vovó (fica na rua que passa na parte de cima da praça). O local é bem simples e tem um ótimo custo benefício. Por fim, quem quiser almoçar em um restaurante com uma bela paisagem e um ótimo ambiente vale ir comer um peixe com molho de camarão no Restaurante que fica ao lado da Pousada Praias Belas, de frente para Ilha do Amor.


Sobre a Ilha do Amor


Como comentamos antes a principal atração de Alter do Chão é a Ilha do Amor, bela praia que fica em frente à vila e que na verdade não é uma ilha, é apenas uma ponta de areia. É com certeza um passeio imperdível. Não tem como ir até Alter e não ir até a "ilha".

Muitas pessoas de cidades próximas vem para Alter do Chão, não para fazer os passeios, mas simplesmente para aproveitar a bela ilha e suas águas doces, limpas, quentes e seguras. Famílias com crianças lotam o local nos finais de semana de tempo bom. A ilha do amor aumenta ou diminui conforme a estação de chuvas e quase chega a desaparecer durante a cheia do Rio Tapajós.

Para chegar até a Ilha é preciso atravessar o canal que separa a praia da vila. Existem dezenas de barquinho de madeira, as Catraias, que atravessam por R$5,00 (cada catraia leva até 4 pessoas) Pague diretamente para o barqueiro. A travessia acontece durante todo o dia saindo sempre da escadaria que desce para o rio, em frente à praça.

Na Ilha há diversos Restaurantes, todos com preço para "Turista".  Para sentar nas mesas com os pezinhos da água é preciso consumir algo nos restaurantes. Mas quem estiver em estado de economia, basta estender a canga na areia da praia e curtir a vontade.

Outra opção de "lazer" para quem curte trilhas é subir o alto do Morro da Piroca (é esse mesmo o nome!) que fica na Ilha. Veja mais informações sobre isso nos próximos posts.