3 de setembro de 2011

Impressões sobre o Equador

Minhas Impressoes do Equador

Valorização do país: Em vários aspectos, se vê uma tentativa de valorização do país. Eu achei bem legal que ontem no jornal que eu estava vendo de noite (uma espécie de Jornal Nacional) Eles dão dicas de locais para os Equatorianos viajarem dentro do país. Pelo modo como a moça apresentou o bloco, parecia tipo uma série de programinhas que devem ser apresentados uma vez por semana ou algo assim. Bem legal! Ontem a dica era conhecer Otavalo.

Higiene: A falta de higiene generalizada é um problema no país. Nos restaurantes principalmente. Não sei como podem viver assim. Só os mais turísticos são mais limpinhos. Fico pensando no Lineu (da Grande Família) aqui. Ele batia com a fiscalização dele aqui e fechava o Equador inteiro. Ponto Negativo

Estradas: Estou bem impressionada com a qualidade das estradas do Equador. Não são excelentes, mas são bem boas comparando com outros setores do país. As que eu andei até agora são bem sinalizadas e com várias obras de melhorias. Para Otavalo por parte da estrada está sendo duplicada. Para cá também obras de melhorias. Ponto Positivo.

Carros: Eu estava percebendo a quantidade absurda de caminhonetões que tem por aqui. Dessas pick-ups com caçamba. Sei lá chutando alto daria para dizer que 1/3 dos carros aqui é uma pick-up. Eu não conseguia entender porque tantas dessas. Hoje tudo se encaixou. É feriado a as famílias que saem para viajar, vão de bando e de caminhonete. As pessoas vão sentadas ali na caçamba. Contei até 7 pessoas (crianças) numa dessa caçambas. Normalmente os adultos vão na cabine e a criançada vai sentada ali atrás. E isso é super normal!!! Hoje na estrada enquanto esperava o ônibus comecei a contar. Mais de 20 carros com pessoas na caçamba em um tempo de 12 minutos.
Outra coisa 1: tem um monte de carros diferentes do Brasil. Um que me chamou muito atenção é um tal de Chery. Gostei dele.
Outra coisa 2: muitos carros andam por aí sem placa. Isso, sem placa, carros antigos, novos, vários tipos e tamanhos simplesmente não tem placa. Isso também não parece ser um problema.
Outra coisa 3: Não se usa cinto de segurança. Na verdade nos ônibus esse ítem nem existe.

Propaganda do Governo: Ontem de noite antes de dormir fiquei vendo TV e fiquei também bem impressionada com a quantidade de propaganda do governo que passa na TV. Dizendo que o Equador está melhorando, que está construindo estradas. Dizendo para as pessoas aproveitarem o seu país, dizendo sobre facilidades para abrir sua empresa, ensinando a economizar energia coisas, bem práticas. Não achei apelativo, achei útil para a população.

Costa: ontem no jornal também vi que tinha a ameaça de ondas gigantes (3m) em algumas cidades do litoral. Assim que as pessoas estavam proibidas de entrar no mar(!).  Espero que até eu chegar no Litoral isso já tenha passado. Na reportagem da TV as pessoas que trabalham no litoral estavam bem indignadas porque isso afasta os turistas (claro).  Todas as saídas de barco tinham sido suspensas e estavam fazendo umas evacuações em uma parte de Galápagos.

2 de setembro de 2011

De volta a Porto Alegre

Escrevo este post confortavelmente sentada na minha cama, coberta com a minha linda colcha Equatoriana... :)

Enfim a viagem terminou... foi tudo ótimo. Cada passeio foi inesquecível.
Os vulcões que vi de longe e os que eu subi, as águas termais que entrei, as baleias em alto mar, as centenas e centenas de pássaros, os caranguejos pelo mangue, o voo de canopy, os passeios pelas grandes cidades, as ruínas Incas, o ovo em pé na metade do mundo, os muitos mosquitos da costa, o banho no rio Napo, as feiras artesanais, as lagunas de águas azuis em crateras vulcânicas, o passeio a cavalo, as velas nas igrejas, as visitas aos parque nacionais, a descida de bike, as muitas caminhadas, a travessia da ponte Bahía-San Vicente, o sobe e desce da altitude, as muitas horas dentro dos ônibus, as comidas desconhecidas, os passeios de barco...
Os muitos dias de calor, as noites de frio, muitas manhãs de chuva...
Os hostels ótimos e as espeluncas.
Tudo, tudo valeu a pena... Tudo virou experiências, histórias e recordações que vou guardar para sempre.

Muitas pessoas me perguntam quanto saiu tudo isso:
Foram U$1.100,00 no Equador + U$ 474,00 na passagem aérea.
Considerando que fiquei sempre em hostels e gastei pouco em comida, mas não economizei nos passeios.
Em média ficou quase U$50 por dia.

E agora? Bom... agora de volta à realidade. De volta às aulas (tenho 2 artigos para entregar em 15 dias!).
Procurar um novo emprego... enfim... essas coisas.

Para quem acompanhou, espero que tenha gostado. Foram quase 2500 visitas ao site. Muitas mensagens trocadas por twitter, facebook e e-mail...

Agradeço a todos pelo carinho e incentivo! Principalmente àqueles que praticamente diariamente comentavam os posts e me faziam ter certeza de que alguém estava lendo o que eu escrevia. Gracias!

Quando houver uma próxima viagem (Uruguay provavelmente) farei um novo Blog!

De volta ao meu quarto, à minha cama, mas com uma bela colcha nova!

1 de setembro de 2011

Último dia - Quito

Referente a 31 de agosto

Ontem era o último dia da viagem. Eu pretendia acordar cedo para fazer um passeio guiado pelo centro histórico (a própria prefeitura quem organiza esses passeios). Mas o que aconteceu é que não consegui acordar a tempo de ir para o passeio, que saía às 9h lá do centro histórico.

Como eu perdi o horário, resolvi inverter a ordem das coisas. Fui então fazer umas comprinhas no Mercado Artesanal do Mariscal, próximo ao hostel. Esse, assim como os demais mercados do Equador era enlouquecedor... mil coisas lindas (e muitas inúteis tbm). Tudo era  lindo e colorido. Comprei alguns poucos e pequenos recuerdos e me rendi e comprei uma colcha lindíssima para a minha cama.

Em seguida fui me informar se havia ainda algum outro tour que eu pudesse fazer para conhecer melhor o centro histórico. Acabei descobrindo que tinha um passeio (tbm desses da prefeitura) às 14h. Ele deveria durar umas 2h. Eu teria que sair correndo, pegar a mochila no hostel e ir para o Aeroporto para estar lá antes das 17h. Ía ser meio apertado o tempo, mas achei que valeria a pena.

Guardei tudo na mochila (inclusive as últimas comprinhas) e deixei ela pronta para só pegar e ir para o Aeroporto. Daí comi uma pizza rapidinha na praça central do bairro Mariscal e fui para o centro.

Logo descobri que o passeio não era exatamente o que eu esperava, não tinham explicado muito bem antes, mas tinha vários tipos de tours, alguns temáticos e esse que eu iria fazer era com o tema de igrejas.  Assim que depois de uma boa explicação sobre a história da cidade na praça principal (Plaza Grande) íamos visitar um museu em um mosteiro, uma igreja (a catedral) e outra igreja.

Não era isso que eu queria, mas ok... lá fui eu. A guia era boa, mas o tour era muito cansativo, entramos no primeiro local (um mosteiro) e ela explicava obra por obra, falando de cada santo, cada quadro...ufff... Mega cansativo!!! Ficamos uma hora nesse mosteiro! O ponto alto foi quando subimos na torre da igreja e tivemos umas visões legais da cidade. Depois o próximo ponto de visita foi a catedral, que foi bem legal. Pena que eu já estava bem cansada de tantas explicações sobre santos. A catedral é mesmo bem bonita! Com várias decorações em ouro e tal. Pena que era proibido tirar fotos.

Saímos da Catedral às 16h. Ainda íamos visitar outra igreja, mas daí eu expliquei para a guia que tinha que ir para o Aeroporto pegar meu voo e saí antes de terminar o tour.

Peguei um taxi, passei no Hostel e direto para o Aeroporto. Cheguei bem no horário!  A partir daí foram só Aeroportos. Quito-Lima de tarde, depois de noite Lima-São Paulo e de manhã São Paulo-Porto Alegre. E, de volta à terrinha...

Fotinhos
Tour guiado na Plaza Grande

Em frente à Catedral

Virgen de Panecillo, a protetora de Quito

A basílica

Ruas do centro colonial

31 de agosto de 2011

Vulcão Cotopaxi

Meu bus que vinha direto de canoa, devia chegar em Quito pelas 5h30-6h da matina, mas diferente disso a realidade é que ele chegou às 4h15!!! Isso mesmo, com mais de uma hora de antecedência. Isso significava duas coisas: eu não ía perder o tour para o Cotopaxi por chegar atrasada e teria que pagar uma diária a mais, porque eu certamente ía dormir entre 4h30 e 6h (principalmente depois de ter passado a noite viajando).

Peguei um taxi e fui para o Hostel Backpackers Inn (o mesmo que tinha ficado quando cheguei em Quito no primeiro dia de viagem). O passeio saía a 3 quadras do hostel, assim que no horário combinado eu estava no lugar combinado. No total o tour eram 11 pessoas e fomos em 2 carros. O pessoal do meu carro era todo mundo gente fíníssima e animadíssimos: Eu, uma alemã, uma Brasileira (que na verdade vive desde que nasceu na Austrália), uma francesa e um casal de Liechtenstein. No outro carro ainda tinham 4 Israelenses e 2 Venezuelanos.

O plano do passeio era ir até o parque, fazer uma parada rápida no museu para explicações, ir até o estacionamento, onde ficariam os carros  (a 4.500m). De aí subir caminhando até o Refúgio (4.800m) e de possível chegar até a geleira (+/- 5.000). Depois disso, descer, pegar os carros e fazer a descida de bicicleta (downhill) até a Laguna Limpiopungo (3.800). Depois de tudo isso almoçar e regressar a Quito.

No caminho para o parque (que fica um pouco ao sul de Quito) o vulcão estava super encoberto, mas à medida que fomos descendo algumas nuvens foram se dissipando. Quando chegamos no Museu (para explicações mais técnicas sobre o vulcão) o Cotopaxi já começava a mostrar a sua cara. Fomos subindo mais e o tempo fechou de novo com nuvens e muito, muito vento.

Chegamos no estacionamento e o tempo estava 100% fechado, com chuviscos e um vento absurdo. Mal conseguíamos ficar em pé. Nesse momento os casal de venezuelanos e duas gurias de Israel nem desceram do veículo. O vento fazia com que o frio fosse absurdo, mas eu estava preparada e muito bem agasalhada. Só me faltou uma manta para cobrir a boca enquanto respirava e para proteger o rosto das pedrinhas que voavam na cara pela força do vento... mas ok.

O vento, o frio e a altitude faziam com que a subida fosse bem pesada (lembrando que eu saí de Canoa, na altura do mar e vim praticamente direto para subir acima dos 4.500.m.a.n.m). Mas sobretudo o que mais incomodava era o vento que me fazia perder o equilíbrio todo o tempo. Passo a passo, rumo a cima, em um momento, logo depois do início da subida comecei a sentir uma dor na cabeça (se alguém passasse mal a ordem era voltar na mesma hora e esperar nos carros). Parei, sentei em uma pedra e pensei que não ía poder continuar. Fiquei sentada tomando fôlego e percebi que não era dor de cabeça era uma dor no ouvido, pelo vento gelado! Baixei a toca por sobre o ouvido e depois de uns instantes melhorou! Ufaa.... Desistir nos primeiros metros teria sido frustante.

Bueno, segui acima, cada passo era um passo. Sempre para frente e sempre para cima. Algumas pessoas logo foram mais rápidas, mas eu fiquei com os retardatários. Com toda paciência.... caminha, caminha, pára, respira, caminha, caminha, pára respira e assim fui subindo.  Uma hora olhei para cima e vi um telhado amarelo. Era o refúgio! Eu estava no meio do caminho. Mais força... caminha, caminha, pára, respira, caminha, caminha, pára respira e logo cheguei no refúgio! Alguns já estavam lá e outros estava um pouco atrás de mim. Quando cheguei todos me parabenizaram por ter ido dos 0 aos 4.800 em menos de 12h. O guia me confessou que achava que eu não ía conseguir. Mas cheguei lá! Na verdade para mim, apesar do vento foi mais fácil que subir o retorno da Laguna Quilotoa (lá sim, eu fui ao meu limite)

Como já era de se esperar não tínhamos como tentar chegar na geleira com aquele vento. Quanto mais para cima mais forte ficaria. Regras da natureza, aqui quem manda é o vulcão. Se ele coloca esse vento como obstáculo, temos que obedecer.
A verdade é que se não fosse pelo vento, não teria sido tão difícil a subida. Mas eu sou leve e o vento para me desequilibrar é fácil.

Logo no princípio quando chegamos lá em cima, não víamos nada... nem sinal do cume. Mas quando começamos a descida ele começo a aparecer entre as nuvens e o tempo começo a abrir um pouco. Deu para fazer algumas fotinhos.

Bueno, depois de um chocolate quente no refúgio tínhamos que voltar tudo... mas daí era muito fácil. Para baixo todo santo ajuda. Não exigia nenhum esforço era só colocar um pé na frente do outro que a gravidade puxava e o vento dava uma forcinha empurrando. Rapidinho estávamos todos de volta ao estacionamento.

Entramos todos nos carros e descemos mais um pouco pela estrada. Lá embaixo o vento não era muito forte. Em certo ponto o carro parou para começarmos a descida em bicicleta até a Laguna Limpiopungo.

Eu não estava levando muita fé nessa descida, primeiro porque sei andar de bicicleta, mas fazer downhill em uma estradinha de terra com areia não era muito animador e segundo porque achava que não teria nenhuma bicicleta "do meu tamanho", mas tinha,  não exatamente do meu tamanho, mas "dava para andar".

Depois de ouvir todas as explicações sobre os freios, montei na minha bike e comecei. Não precisava pedalar afinal era montanha abaixo. Mas precisava ficar segurando o freio o tempo inteiro. Logo descobri que todas as explicações do guia sobre os freios não eram validas para mim. Fiquei só com o freio da frente o tempo inteiro e ele segurava bem o meu peso. Se ela começava a ir muito rápido levemente puxava o da roda de trás (e toda vez que eu fazia isso quase caia). No início eu estava bem medrosa e ía bem devagar até porque eu nunca tinha feito isso e a terra derrapava bastante. Depois aos poucos fui dando uma soltada e deixando a bici andar um pouco mais rápido. Depois de uns 15minutos minha mão do freio doía muitíssimo pelo esforço constante e minhas costas também (eu podia parar a qualquer momento, o carro das bicis estava vindo um pouco mais atras de mim). Mas continuei mais um pouco e mais um pouco até que a dor nas costas ficou insuportável e precisei parar mesmo. Uma pena que não cheguei na laguna (na verdade parei muito perto dela). Mas enfim... pela falta de experiência achei que me saí muito bem!!! E não caí nenhuma vez!!!

Eu queria ter tirado umas fotos durante a descida ou feito algum filmezinho, mas logo descobri que era impossível tirar uma das mãos da direção. Uma pena...

Lá em baixo o grupo me aguardava e o vulcão tinha preparado um presente para todos nós (para compensar o vento lá em cima, é claro). O Cume lindo e descoberto. Todos fizeram mil fotos desse momento. Cansados e satisfeitos pelo desfecho do vulcão nos encaminhamos para um almoço bem mais ou menos e no final o retorno a Quito.

São muitíssimas fotos, vou colocar aqui uma poucas e todo o resto está no album:
https://picasaweb.google.com/luizac.rs/30DeAgostoCotopaxi

Fotinhos:
Chegando no Parque

Tempo ruim para a subida

Chegando no Refúgio

Descendo pela trilha

Eu, minha bike e o Cotopaxi


Ok.... essa ficou legal!

29 de agosto de 2011

Mar Equatoriano

Hoje o dia foi sem graça... acordei tarde, com mais um dia fechado e chuvoso.
Almocei na beira da praia, de novo. Não vejo nenhum motivo para almoçar fora da praia. O vento estava forte e o plano de tomar banho de mar no Equador já estava indo para o saco mas pensei... no final do dia normalmente o mar está mais quente.

Me enchi de coragem, coloquei biquini e um shortinho e uma camiseta e fui para a praia. O plano era correr e caminhar até ficar com calor e daí entrar na água.
Caminhei e corri muito... para um lado e para o outro, mas o vento frio não me deixava suar e ter vontade de entrar na água. Depois de mais de uma hora. Tirei short e blusa e corri para dentro do mar!!!

Como era de se esperar a água não estava muito fria. Curti um pouco o mar Equatoriano mas logo saí pq estava ficando escuro e não tinha mais quase ninguém na água.

Pronto... valeu o dia.
Agora preciso fechar a mochila e ir pegar o bus para Quito.
Serão 9h de viagem.

Amanhã o Cotopaxi me espera... se todos os astros se alinharem e esse bus para Quito não atrasar nenhum minuto.... se chegar em Quito atrasado perco o passeio...

Sem fotos pois não levei a máquina para a praia.

28 de agosto de 2011

Isla Corazón

Depois de uma noite muito bem dormida acordei e logo da sacada da minha cabana percebi que o Equador estava em clima de último dia de férias. Famílias fazendo as malas, tirando fotos todos reunidos junto à piscina da Pousada... Estavam todos fazendo as malas, organizando os carros e indo embora.

Logo de manhã quando fui me informar sobre os ônibus para Quito descobri o que já era de se imaginar. Estavam todos lotados. Tanto os que saíam de Canoa, como San Vicente e Bahía. Fiquei pensando em mil alternativas para chegar em Quito, mas depois de muitos cálculos achei melhor pegar um bus para Quito direto amanhã de noite. O bus sai aqui de Canoa mesmo e vai direto viajando pela noite sem parar no caminho (estilo ninguém entra/ninguém sai, não antes de chegar no destino). Segundo o guia e muitas pessoas aqui do Equador essa é a única maneira segura de viajar de noite pelo país.

Devo chegar em Quito na terça às 6h da matina e às 6h45 tenho que estar no local marcado com a agência para fazer o meu último tour. O Vulcão Cotopaxi que me espere.. não vou até o cume, mas quero muito chegar na geleira. O ruim é que vou subir direto em um dia, desde o nível do mar até os 5.000 m.a.n.m., sem aclimatação. Vai ser complicado.
E se o ônibus para Quito atrasar, eu to ferrada, perco o passeio. Mas tenho certeza que mesmo que seja em cima do laço, vai dar tudo certo. Enfim... comprada a passagem de ônibus, feita a reserva do passeio e também a reserva do hostel em Quito para a última noite.

Bueno.. eu não sabia o que eu ía fazer hoje, mas logo no final da manhã começou a abrir o tempo e saiu o sol. Tinha um passeio que eu queria fazer para a Isla Corazón, mas tinham me dito que para uma pessoa era mais caro e tal. Fui em uma “agencia” ver se tinha mais alguém querendo ir e me deram uma informação bem diferente: Que eu poderia fazer por mim mesma, bastava chegar lá, onde o passeio era realizado e pagar U$20,00. Sozinha ou acompanhada o preço era esse. Enfim eu tinha que estar no local onde saia o passeio (um pouco depois de San Vicente, lembram da ponte?) pelas 13h30 que era o horário que a maré estava favorável. O local estava a uns 20km aqui de Canoa. Peguei um bus, desci em San Vicente e lá peguei outro daqueles moto-taxis. Bem tranquilo. Lá chegando conheci o  Julio, guia que iria me acompanhar no passeio.

A Isla Corazón é uma ilha fluvial, dentro do Río Chone. Se chama Isla Corazón por que Ilha tem esse formato. A ilha é na verdade um grande mangue e lar de muitas aves, caranguejos e outros animais. O lugar é maravilhoso. O passeio começa com a travessia do rio em um barco com motor (para passar a correnteza) e depois ingressamos dentro da ilha por uns túneis verdes em uma canoa a remo.
O passeio a remo por dentro do mangue é algo sem explicação! A coisa mais linda! Nossa canoa deslizava tranquilamente pelas águas, cercados de plantas e raízes, os caranguejos caminhando pelos troncos e diversas aves cantando ao redor (simultaneamente). O guia ía me mostrando cada ave e explicando sobre cada uma delas. Adorei muito! Aprendi várias coisas!

Depois tinha uma parte que era em uma trilha onde também o guia ía explicando sobre as árvores e a importância da preservação deste lugar para o meio ambiente. O passeio todo demorou cerca de 2h. Claro que não tem como comparar com um vulcão ou uma laguna em uma cratera, nem com ruínas incas... mas esse passeio, dentro do que ele prometia, foi um dos que eu mais gostei, especialmente a parte em canoa por dentro dos túneis de mangue.

Hoje em dia a Ilha está protegida e, as pessoas que antigamente cortavam o mangue, são as que hoje compreendem a importância do bioma e que protegem o lugar. Muy lindo isso. Depois de ter sido muito devastada, hoje em dia o mangue está crescendo e os animais ali estão seguros.

Terminado o passeio peguei um bus e voltei para Canoa. O plano era comer alguma coisa na praia e ficar por lá para curtir o final do dia (cheguei em canoa pelas 17h), mas o sol tinha ido (as nuvens tinham tomado conta do dia) e estava um vento forte e frio. Comi uns camarões a milanesa na beira da praia e não aguentei ficar mais tempo naquele ventão.

Agora estou na pousada praticamente sozinha. Todas as demais cabanas que até ontem estavam cheias de famílias e crianças estão vazias, foram todos embora. Esse clima de final de férias até combina com o meu clima de final de viagem. Mais dois dias e meio e vou embora daqui... E o pior é que ficou tanta coisa por ser vista...

Enfim, vou tomar um banho, colocar uma boa música e me jogar na minha rede!

Fotinhos:
Mapinha ilustrativo da ilha

Ingressando nos canais da ilha

Dentro do mangue...

Dentro do mangue...

Pelicano!

Fragata!

Inicio da trilha

Caminho dentro do mangue...

Entrelaçado de raízes

Rio Muchacho

A ideia de hoje era ir para essa propriedade agroecológica chamada Rio Muchacho (www.riomuchacho.com) que recebe turistas e voluntários para aprender a fazer coisas, trabalhar e ter experiências. Seguindo a linha de pensamento do Movimento Escoteiro o plano lá é aprender fazendo. Ninguém vai lá para olhar, o negócio é colocar a mão na massa, literalmente.

Eu teoricamente iria “dividir o passeio” com uma guria que acabou não aparecendo. Fui sozinha e lá conheci a Melissa, uma Estadunidense que foi minha “parceira” durante o dia.

Começamos já com a mão na massa preparando uma comida que não lembro o nome, feita a partir de Yuca, um tipo de mandioca (a Yuca é uma raiz que em todo Equador é super importante, talvez tanto quanto o milho). Tínhamos que ralar a raiz, depois tirar a mágua excedente, misturar com algumas outras coisas e levar ao forno.

Segunda parte ir tirar leite da vaca. Quem me conhece um pouco sabe que eu tenho medo de vaca. “medo de vaca?” “sim, medo de vaca, qual é o problema?” “É que vacas não fazem nada” “Pois é, baratas também não fazem nada. E 90% das mulheres saem correndo quando veem uma. E veja que a vaca tem umas 100 vezes o tamanho da barata...”

Enfim, depois de a vaca estar devidamente amarrada (a cabeça e os pés) nos aproximamos, eu a Melissa e o “guia”. O guia tirava o leite com expertisse (ele faz isso todo dia) já na vez da Melissa (tão urbana quanto eu), começou o fiasco. Não saía uma gota! De novo, de novo... nada. Até que veio um pingo! Depois um pequeno esguicho e coisa melhorou um pouco, mas não muito. Comigo não foi muito diferente, mas até tive um pouco mais de facilidade que ela. Também tive facilidade para dar um banho de leite em mim mesma e em uma puxada meio sem mira (será que minha calça vai azedar?). Tínhamos que encher um balde de 4L de leite...mas o guia ajudou muito a cumprir a tarefa!

Tirado o leite a tarefa era fazer queijo! O que na verdade foi facílimo. Eles colocam uma coisa que tipo endurece o leite. Daí o “queijo” fica em baixo, o soro em cima e depois é só uma questão de compactar e tirar a água excedente.

Parada para o almoço. Tudo natural (a propriedade é vegetariana). Arroz, uma sopa (no Equador se come sopa sempre todo o tempo, do café da manhã ao jantar), e uma coisa que parecia um purê, mas que não era feito de batata. E salada, é claro. Nada de louça e talheres convencionais. Os pratos são feitos por eles mesmo a partir de uma coisa que se parece com coco. E o talher é uma colherinha também feita desse material. Panelas de barro.

Na verdade quase não tem coisas de plástico na cozinha, fora um coador e outros utensílios mais específicos o resto era natural. Também não existem cestas de lixo, pois tudo lá é reciclado, ou vai para compostagem.

Pós almoço a atividade era produzir nosso próprio prato e colher. Cerramos a fruta e começamos a limpeza interna (coisa chatinha e demorada de fazer). E depois fizemos uma decoração externa, para personalizar. Ficou bem legal. Vou tomar uma sopa de capeletti no meu, quando chegar em Porto. Lá na propriedade eles tem uma oficina para produzir tudo que precisam em madeira e outros materiais naturais. Também fazem para vender como artesanato.

A penúltima atividade do dia era a pesca de camarão (apesar do local ser vegetariano, o camarão está autorizado). Não é pesca no mar, é um camarão de água doce, que fica em um pequeno rio dentro da propriedade. Na verdade nessa atividade não posso me vangloriar de ter participado. De pé descalço, no rio cheio de pedregulhos e uma espécie de argila que escorregava no fundo. Fiquei mais de observadora, pois não conseguia me mexer dentro do rio. A verdade é que a pesca foi um desastre o guia conseguiu pegar 3 camarõezinhos pequenos e um gigante! Disse o guia que para pegar mais tinha que ser um dia mais quente.

Enfim a última atividade era aplicação de mascara facial. Isso mesmo! Tem uma espécie de lama que eles preparam uma máscara facial para tirar rugas, espinhas e deixar a pessoa 5 anos mais jovem. A aplicação é interessante, mas quando aquilo seca na pele, começa a puxar tudo e parece que estão se abrindo todos os poros do rosto, bem estranho. Não dá para falar! Não dá para mexer os lábios! Quando já estávamos quase “prontas” o guia veio nos perguntar alguma coisa (nem lembro o que era) só nos olhamos e começamos a rir e não conseguíamos mais parar. E a mascara ía se “quebrando” e puxando a pele. Daí ele viu que não íamos mais parar de rir e nos mandou ir lavar o rosto. Pronto, fiquei com 23 anos de novo. Simples assim. Hehehe... Brincadeiras a parte a pele ficou bem lisinha mesmo depois.

Depois disso, hora de comer! Comemos a massa de Yuca que tínhamos preparado (excelente!!!), o queijo (ainda prefiro mais sequinho) e os camarões fritos. Esperamos nosso transporte e voltamos para Canoa.

As fotos na maioria são a Melissa fazendo as coisas, na hora achei ruim ficar pedindo para tirarem fotos minha até pq quase sempre estávamos comas mãos sujas, então tirei as fotos eu mesma, quando achei mais conveniente. E na verdade, apesar de não aparecer nas fotos, eu fiz tudo praticamente igual.

Era isso o dia de hoje... foi tudo ótimo. Várias experiências muito válidas.
Está super cedo, mas to muito cansada por que mais uma vez não dormi muito bem. É que tem uns morcegos que moram no telhado da minha cabana (do lado de fora) e várias vezes me acordei com o barulho deles de noite. Espero que hoje eles sejam mais silenciosos.

Fotos:
Preparando massa de yuca

Tirando leite da vaca...

Casa principal
Descansando....
Prato feito por mim!

Queijo, massa de yuca e Camarões

Mascara facial

26 de agosto de 2011

Rumo a Canoa

É... para ser bem sincera o hotel de Bahía acabou fazendo eu ter uma má impressão da cidade. Na verdade a cidade é interessante e até agradável. A cidade é uma peninsula cercada de mar por um lado e pelo enorme rio Chone do outro. A cidade foi declarada como uma Eco-cidade e 1999. Vejam a informação abaixo:

"Bahia de Caraquez é um dos destinos mais pacífico e ecologicamente correto, no Equador. Olhando para a beleza desta estância costeira, é difícil imaginar que ela foi quase completamente destruída pelos terremotos que sofreu em 1997 e novamente em 1998. Os terremotos e desastres naturais que abalaram Bahia de Caraquez foram resultado do fenômeno El Niño. Este eco-cidade é hoje um dos destinos mais limpo e mais seguro no Equador e seus trechos de praias espetaculares atraem centenas de visitantes por ano."

De manhã saí a caminhar e passear pela cidade. Praticamente dei toda a volta na península. Depois voltei para o muquifo para pegar minhas coisas e ir para Canoa.
Me disseram que tinha três formas para chegar lá. Pegar um barco para atravessar o rio Chone até San Vicente e aí pegar um ônibus, ou só pegar um ônibus próximo à ponte e ir direto (sendo que essa segunda opção era mais rápida). Ou pegar um taxi, que era a opção mais cara.

Apesar da ideia de pegar o barco me interessar, eu queria chegar o quanto antes em Canoa pois tinha feito uma reserva por telefone e como estava quase tudo lotado por lá, achei que se eu não chegasse no horário previsto, meu quarto poderia ser passado adiante. E eu correria o risco de passar outra num hotel ruim aonde tivesse restado alguma vaga.

Resolvi caminhar até a Ponte. Me disseram que eu deveria pegar um ônibus em cima da ponte. Achei a informação meio estranha... "os ônibus param para pegar pessoas em cima da ponte?". Achei melhor confirmar com outra pessoa. A informação foi a mesma.

Caminhando com a mochila nas costas logo descobri que a ponte ficava mais longe do que parecia.
Subi até a ponte e logo constatei que queria impossível pegar um ônibus ali. Até porque eu, enquanto pedestre, não tinha acesso à parte onde passavam os carros. Informação super furada².

E agora? Voltar tudo ou seguir e atravessar a ponte (a ponte mais comprida do Equador!)?. Quem anda para trás é galinha. Ajeitei bem minha mochila e pensei: "é só caminhar reto, sempre para frente, não tem lomba nem nada". A Mochila cargueira ía tranquila atrás, apoiada no quadril. O que logo começou a incomodar foi a pequena, que estava muito pesada (com netbook e mais algumas comidas pesadas) e eu carregava na frente. Mas era só um pouco mais de dois Kilômetros...

Eu ía caminhando e o mormaço começou a se transformar em sol... minha cabeça estava esquentando. Dei uma parada estratégica para tomar um gole de suco e colocar meu lenço na cabeça para aliviar o sol. Sem enrolação... ficar sentada no meio da ponte no sol não ía ajudar em nada.

Caminhei rapidinho e logo o final da ponte se aproximava. Percebi também que acabar a ponte não era acabar a caminhada pois, mesmo em terra, o caminho continuava com a estrada e não tinha como eu sair. Ok... caminhando só mais um pouquinho e por fim, eu estava do outro lado da ponte! E daí? Meu objetivo era ir até Canoa, não até o outro lado da ponte... Achei que já tinha gasto todo meu tempo e esforço físico. Pensei "vou pegar o primeiro meu de transporte que vier". Veio um moto-taxi! Beleza! Fiz sinal para ele parar: "hasta canoa, cuanto vale?" "U$5". Entrei rapidinho no tal moto-taxi (que na verdade é uma moto-triciclo com uma lona).

Eram uns 15km até Canoa. Eu só não imaginava que era como se fosse 15km dentro de um liquidificador. A estada tem partes horríveis e eu pulava e pulava naquele banco do moto-taxi. Na boa, sem indecências, pulava tanto que eu tive que cruzar os braços para segurar os seios. Que horror!
Mas nas partes que a estrada estava boa era divertido, fora quando passavam os caminhões e comíamos muita terra.

Enfim, depois de todos esses percalços cheguei em Canoa. Uma praia 100% com cara de praia. Mar com ondas, pessoas no mar, pessoas nas barraquinhas, quiosques na beira da praia, hippies, artesanatos, restaurantes. E o melhor de tudo: a reserva do meu hotel continuava válida!
"ganhei" uma cabana com banheiro, água quente varanda com rede, mosquiteiro, tudo isso em um hotel com piscina, ampla área verde e área comum, tudo ao ar livre. Também tem internet livre (só não pega na minha cabana). Só não está na beira da praia, mas ok, até pq na beira da praia fica todo o agito, com música alta e essas coisas.

Almocei um pescado em um quiosque na beira da praia. Depois fiquei curtindo o local. O dia estava nublado e tinha um vento forte de modo que não me animei de colocar biquíni para entrar na água. Quem sabe amanhã, se tiver menos vento.

Também reservei um passeio bem legal que vou fazer amanhã em uma propriedade rural em uma comunidade onde tudo é ecologicamente correto. O legal é fazer um passeio de três dias nessa propriedade, mas como eu não tenho mais todo este tempo vou fazer um tour de um dia mesmo.

São 22h e já to caindo de sono, afinal ontem não dormi praticamente nada.

Fotinhos:
Vista geral de Bahía de Caráquez (googleada)

Praia de Bahía de Caraquez

Calçadão de Bahía Caraquez

Hotel muquifo em Bahía 
A ponte Bahía - San Vicente

Rumo a Canoa no Moto-taxi

Meu hotel em Canoa!

As falésias de Canoa...
Mais fotos em: https://picasaweb.google.com/luizac.rs/26DeAgostoCanoa

Videozinho :

Hotel pesadelo em Bahía

Referente à 25 de agosto

Depois de fazer baldeação em 4 cidades, finalmente cheguei no meu destino: BahíaCaráquez.
Fui então procurar um lugar para ficar. Primeiro: lotado; segundo: lotado; terceiro: lotado; quarto: diária de U$90 (descartado); quinto: não havia ninguém; sexto: fechado; sétimo: sim temos vagas. “Ok, vou ficar”. Ao que me parece essa era a última opção da cidade.

O lugar era uma casa velha que foi transformada em um lugar para as pessoas passarem a noite (não tenho coragem de chamar de hotel). Também há pessoas que ainda moram aqui. Meu quarto tinha um cheiro de horrível de mofo, sem janelas e com paredes de gesso (ouvi todo o jornal que estava passando em algum quarto onde tinha TV). Tinha só uma tela para um quarto ao lado cheio de entulhos. No banheiro, para chegar no box tinha que passar por cima da patente. E só água gelada, é claro. O banheiro também estava sujo.Fui nosuper, comprei uma esponja e dei uma geral antes de utilizar.

Tinha uma cama de casal com um colchão de molas que fazia barulho toda vez que eu me mexia, então resolvi dormir na parte de baixo no beliche onde o colchão estava aceitável. Logo depois que deitei comecei a sentir calor fui acender a luz para trocar de blusa e passar um repelente nos braços.

Quem eu encontro me fazendo companhia? Um baratão enorme e marrom, bem no meio do quarto. Eu tinha certeza que uma casa velha e suja como essa devia ter baratas, só não esperava encontrar uma tão grande no meu quarto. O que os olhos não veem o coração não sente. Mas agora os meus olhos tinham visto e tudo que eu mais queria na vida era ir embora desse hotel. Mas para onde? Já era mais de meia noite! Sensatamente pensei que sair do hotel sem ter um lugar certo para onde ir, naquele horário era idiotice.

Enfim fiquei ali imóvel, olhando para ela. Quando me movimentei para pegar minhas havaianas ela correu para debaixo da minha cama (!) e se enfiou em uma fenda. Em baixo do meu quarto (dava para ver por entre as madeiras) tinha uma espécie de subsolo, que deve ser a casa das baratas.

Resolvi montar vigia para ver se apareciam mais baratas (ou outros animais). Fiquei na espreita com a luz ligada e jogando freecell. Nenhum sinal de outros animais. O que para mim estava longe de significar que não havia mais. Acho que eles não gostam da luz acesa.

Resolvi mudar para a cama da parte de cima do beliche (quanto mais longe do chão, melhor) e resolvi dormir de luz acesa.Coloquei o relógio para despertar às 7h30, para escovar os dentes fechar a mochila e tomar café da manhã (que começava às 8h). Sim, essa espelunca se auto-denominava (B&B: BedandBreakfest). Já que eu estava pagando inacreditáveis U$ 8,00 pelo menos faria valer o café da manhã. O negócio era me mandar dalí o mais rápido possível para um lugar o mais limpo possível.

Essa foi a pior parte de toda a viagem. Eu devia ter procurado mais ou devia ter pago os U$ 90 dólares para ficar no outro hotel de frente para o mar, limpo e sem baratas.

Fotinhos em: https://picasaweb.google.com/luizac.rs/25DeAgostoBahia

24 de agosto de 2011

Tranquilita em Puerto Lopez

Pois então... o dia novamente amanheceu feio e com chuva. Fui tomar um café da manhã em um hotelzinho na beira da praia e logo percebi que os barcos de pesca estavam descarregando os pescados e passando para os caminhões. Fui lá ver mais de perto.

Os peixes (como é de se esperar) atraem muitas aves que ficam por ali esperando uma oportunidade de fazer uma boquinha. A maioria eram fragatas, mas havia também alguns piqueiros (atobás) e pelicanos. Vejam os filmezinhos especialmente o das Fragatas roubando os pescados direto das cestas dos pescadores.

Eu particularmente adoro pelicanos!!! Mesmo! Parecem aves pré-históricas saídas direto do Jurassic Park. São grandes, imponentes, com aquele fico enorme.

Enfim... O tempo não melhorou muito mas parou de chover durante o dia então fui para a praia. Não tomar sol, nem nada. Mas curtir o movimento... movimento das pessoas caminhando, dos barcos indo e vindo, das aves e das centenas de caranguejos que me cercavam (que bichos divertidos esses!) Bem tranquila, sentada na areia deixei o dia passar tranquilamente. Sem pressa.

Depois fui no super fazer compras básicas. E voltei para a beira da praia, mas agora com outros objetivos: jantar. Todos restaurantes aqui servem frutos do mar. Escolhi um agradável (dentro dos padrões equatorianos) e pedi um prato de camarões fritos! Comi tudo. Assim que saí do restaurante atravessei a rua para tirar uma bela foto do horizonte laranja e para minha surpresa em seguida apareceu no horizonte uma bola de fogo fazendo seu tradicional caminho rumo ao oeste. A passagem do sol pela pequena linha no horizonte onde não havia nuvens já valeu ter ficado mais esse dia por aqui. Lindo.

Enfim... a previsão para amanhã é um dia bonito então resolvi dar mais uma chance para São Pedro. Se amanhecer sem chuva cedinho vou para uma praia que tem próxima daqui que se chama Los Frailes e é considerada uma das mais bonitas do Equador. Na verdade são três praias e estão todas dentro do Parque Nacional Machalilla (o mesmo que protege a Isla de la Plata). A ideia é ir para o parque, fazer a trilha, voltar para o hostal tomar banho e seguir viagem para Manta e chegar em Bahía Caráquez ainda amanhã (antes de escurecer).

Espero que dê tudo certo!

Fotinhos:
Beira mar de Puerto Lopez

Fragatas!

Curtindo a tranquilidade da praia...

Saindo para trabalhar com tempo ruim...

Estão vendo essa faixa laranja sem nuvens...
É aí que o deus dos Incas aparece para finalizar o dia...
Filminhos...
Vista geral da praia de Puerto Lopez


Fragatas roubando peixes dos pescadores!


Fragatas em Puerto Lopez:

23 de agosto de 2011

Isla de la Plata

O passeio para a Isla de la Plata só saía às 9h, mas acordei bem mais cedo por culpa de um galo que cantava aqui do lado do hostel. O fato é que na minha rotina em Porto Alegre galos não cantam... na verdade não há galos. Mas não fiquei braba com ele por ter me despertado antes do tempo. Fiquei muito mais chateada com o São Pedro quando abri a porta do meu quarto e vi que o dia estava feio e caia uma chuvinha fina. Bueno... azar.

Na verdade ontem conversando com o cara aqui do hostal ele me disse que tem sido assim todos os dias, fechado e com uma chuvinha fina, às vezes. Que nessa época é sempre assim. Hum... bem que essa informação podia estar melhor difundida! Vim para cá pela praia e sol e não tem sol...

Bom fui para a agência encontrar o pessoal do passeio. Era eu, mais uns 12 alemães e uma família do País Basco. A primeira coisa que o guia disse é que estava chovendo aqui no continente mas à medida que nos afastássemos do continente o tempo ía melhorar e quem sabe até teria sol na Isla de la Plata.

O Plano era ir em direção à Ilha (que fica bem longinho do continente) e no caminho parar para mirar as ballenas. Chegando na ilha fazer uma caminhada para observar os animais e na volta o snorkel (e talvez mais ballenas!).

Não muito distante da costa já tinha uma família delas. As baleias que vem por essas bandas são as Jubarte (humpback whale), as mesmas que estão no litoral do Brasil nessa época (claro, claro... não as mesmas, mas da mesma espécie! vcs entenderam!) Tem Orcas que passam por aqui também, mas normalmente não se vê elas. Disse o guia que em 20 anos viu apenas 2 vezes.

Enfim as fotos das baleias foram um fracasso total! Toda vez que elas saíam da água eu tentava tirar uma foto, mas como minha máquina demora um pouco, quando batia a foto a baleia estava na água já. Depois de isso acontecer algumas vezes revolvi filmar! Há-há! Daí sim! Fiz uns filmezinhos legais e depois extraí algumas fotos deles.

Baleias lindas e maravilhosas partimos rumo à Isla de la Plata, tem várias teorias para o nome da Ilha, inclusive que os Incas, que utilizavam a ilha para sacrifícios e outras coisas, teriam escondido tesouros aqui (mas os Incas navegavam? Pois é, parece que sim). Piratas também teriam escondido seus tesouros aqui... Enfim há também outras teorias.

A Isla de la Plata pertence ao Parque Nacional Machalilla e (atualmente) tudo nela é super controlado. Existem algumas trilhas, que só podem ser feitas com guias e há também um número máximo de pessoas em cada uma.  Me livrei dos alemães (nada contra, mas como eles não falavam espanhol tudo tinha que ser traduzido para alemão pelo seu próprio guia e isso era um saco, tudo era devagar). Fiquei com a família do país Basco e casal de alemães que não estava com aquele grupo e falavam Espanhol. Durante a caminhada, de cerca de 2h, vimos vários tipos de aves! O guia, com muitas informações e conhecimento sobre a fauna e a flora  ía explicando tudo. Foi realmente muito bom!

De volta ao barco recebemos nosso lanche\almoço era frutas (melancia, abacaxi e banana) e dois mini-sanduiches. Para mim estava ótimo o almoço, mas meio mal programado pois a atividade seguinte era o mergulho (snorkel). Tipo assim acaba de engolir e entra na água! Péssima ideia!
Bom eu fui... mas depois de 5 min voltei para o barco! 1º a visibilidade não estava boa, na verdade estava bem turvo e 2º óbvio que comer e entrar na água 1 min depois não ía fazer bem! Quando eu era criança o meu Vô me mandava esperar 2h para fazer a digestão antes de entrar na água. Não sei quem teve essa ideia de giríco. Os sanduiches tinham que ser entregues antes da caminhada. Não que eu tenha passado mal... Mas comecei a me sentir meio estranha na água com toda aquela comida no estômago... e voltei para o barco.

Na verdade nos 5 minutos que eu fiquei na água acho que vi tudo que tinha por ali, vários peixes coloridos e também desses de comer, caranguejos, algas... enfim. A visibilidade estava mesmo ruim.

Na volta do passeio o guia deixou eu ir na parte de cima do barco (que na verdade era proibido)! Foi ótimo! Ventão na cara e curtindo o balanço do mar em umas ondas mega-gigantes!!! Vimos mais baleias na volta, mas como minha máquina estava guardada não tirei mais nenhuma foto.

De volta ao hostal... banho quente, organizar as informações, comer e dormir.
Amanhã? Não sei, vai depender de como amanhecer o dia.

Fotinhos:
Muito mais fotinhos: https://picasaweb.google.com/luizac.rs/23DeAgostoIslaDeLaPlata

Barcos na praia de Puerto Lopez

Mar pouco animador

Baleias!

Tchibum!

Chegando ao parque

Picheiro de Patas Azuis!

Paisagem da Ilha

Fragatas!

Praia de Isla de la Plata

Snorkeling

Video das Baleias!


Video dos Piqueiros de Patas Azuis!